Você sabe o que é depressão funcional? Descubra se é o que está vivendo
- Márcia Fialho Fiuza Lopes

- 1 de nov.
- 2 min de leitura
Atualizado: 15 de nov.

Ela acorda cedo, participa de reuniões, entrega resultados, treina na academia, responde mensagens… e ninguém imagina que, por dentro, ela está esgotada. Para o mundo, é uma mulher forte, eficiente, determinada. Mas sozinha, no silêncio, ela se sente vazia, triste e exausta sem entender exatamente por quê.
Se você vive algo parecido, talvez esteja enfrentando o que chamamos de depressão funcional. Um quadro muitas vezes invisível aos olhos dos outros e até aos seus próprios.
O que é depressão funcional?
A depressão funcional é um tipo de depressão em que a pessoa continua realizando suas tarefas do dia a dia: trabalha, estuda, cuida da casa, socializa. Ela funciona mas com esforço. Muito esforço.
Por fora, tudo parece sob controle. Mas por dentro, há um desgaste emocional profundo, um cansaço que não passa com descanso, uma tristeza que não chega a ser explosiva, mas que vai corroendo aos poucos a alegria de viver.
É como carregar um peso o tempo todo e ainda sorrir nas fotos.
Sintomas mais comuns da depressão funcional
Esse tipo de depressão é sutil. Ela não “para” a pessoa de imediato, mas mina sua vitalidade. Os sintomas podem incluir:
Sensação de vazio ou desânimo persistente;
Irritabilidade frequente;
Dificuldade de sentir prazer em coisas que antes eram gostosas;
Cansaço físico e mental, mesmo sem motivo aparente;
Dores no corpo ou alterações no sono;
Perfeccionismo excessivo e autocrítica dura;
Crises de choro em silêncio ou vontade de chorar sem saber por quê.
Geralmente, quem vive esse quadro diz coisas como:
Eu deveria estar feliz, tenho tudo, mas me sinto estranha.
Ninguém percebe, mas estou cansada o tempo todo.
Parece que estou no piloto automático.
Por que ela é tão difícil de identificar?

Porque a pessoa não parece deprimida. Ela está ativa, produtiva, presente. Mas a energia que gasta para manter essa performance emocional é enorme e insustentável no longo prazo.
Mulheres como Renata (nome fictício usado para preservar a identidade da paciente, com história adaptada e autorizada) convivem com essa realidade. São profissionais reconhecidas, organizadas, admiradas... e ao mesmo tempo, solitárias na própria dor. Muitas só percebem que algo está realmente errado quando o corpo começa a dar sinais: insônia, dores musculares, crises de ansiedade, esgotamento físico.
Você pode estar funcionando bem e ainda assim estar sofrendo
E está tudo bem reconhecer isso. Aliás, esse é o primeiro passo para sair desse ciclo. Você não precisa esperar colapsar para se cuidar. Nem precisa justificar a sua dor com tragédias imensas para que ela seja válida.
Sofrimento emocional silencioso também importa. Também merece cuidado. Também tem tratamento.
Se você se identificou, talvez esse seja o momento de parar e se ouvir de verdade.
A terapia pode ser o espaço seguro onde você tira a armadura, solta os pesos e começa a entender, com profundidade e compaixão, o que está sentindo. Não para se tornar “menos produtiva”, mas para viver com mais leveza, mais verdade, mais saúde.
Você já está fazendo muito. E merece fazer isso com mais paz no coração.
“Funcionar” não é o mesmo que “estar bem”. Que tal descobrir como é viver sem esse peso invisível? Vamos conversar. A sua saúde emocional também pode (e deve) funcionar a seu favor.



