Você se cobra demais ou está ansioso? Como identificar os limites entre autocrítica e sofrimento emocional.
- Márcia Fialho Fiuza Lopes

- 16 de out.
- 2 min de leitura
Atualizado: 15 de nov.

Você já parou para pensar quantas vezes por dia se sente pressionado por aquilo que acha que deveria estar fazendo? Talvez você se cobre por não ser produtivo o suficiente, não estar no “controle” da sua vida ou por não conseguir desligar a mente, mesmo nas horas de descanso. Às vezes, esse estado constante de cobrança e preocupação não é apenas “exigência pessoal” pode ser ansiedade.
Na nossa cultura, estar “sempre ligado” virou quase um troféu. Mas o que acontece quando esse estado se prolonga e começa a roubar nossa paz, nosso sono e nossa autoestima?
Ansiedade: mais do que nervosismo ou agitação

Muita gente ainda associa ansiedade apenas à sensação de nervosismo antes de um evento importante. Mas, na prática clínica e nos estudos atuais, compreendemos que a ansiedade pode se apresentar de formas muito mais sutis e, justamente por isso, ser mais difícil de identificar e tratar.
A ansiedade está ligada a uma expectativa constante de que algo ruim pode acontecer. É uma mente que vive em modo de alerta, tentando prever e controlar o futuro para se proteger do sofrimento. Mas, ironicamente, essa tentativa de controle gera ainda mais desgaste emocional.
Quando a autocrítica se torna um sintoma
Uma das faces mais comuns da ansiedade e, ao mesmo tempo, mais invisíveis é a autocrítica exagerada. Sabe aquela voz interna que nunca está satisfeita com o que você faz? Que diz que você deveria ser mais produtivo, mais calmo, mais forte, mais tudo? Ela pode ser alimentada por um estado ansioso.
De acordo com os estudos revisados, muitas pessoas que vivem com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) têm uma relação interna marcada por exigência, medo de fracassar e necessidade constante de validação. E isso pode afetar desde o desempenho profissional até os relacionamentos e o autocuidado.
Ansiedade normal ou transtorno? Como diferenciar?

A ansiedade, em si, não é uma vilã. Ela é uma emoção importante, que nos ajuda a nos preparar para situações novas ou desafiadoras. O problema é quando ela se torna um padrão, interfere no sono, no apetite, no prazer de viver e passa a dominar nossas decisões e sentimentos.
Veja alguns sinais de que a ansiedade pode estar ultrapassando os limites do saudável:
Preocupações constantes e difíceis de controlar;
Dificuldade para relaxar ou dormir, mesmo em ambientes tranquilos;
Sensação de cansaço constante, mesmo após repouso;
Irritabilidade ou impaciência frequente;
Medo excessivo de errar, ser julgado ou perder o controle.
Se você se identificou com esses sintomas, saiba: você não está sozinho. E mais importante isso tem tratamento.
Cuidar da ansiedade é cuidar da vida
A boa notícia é que a ansiedade tem caminhos de cuidado. A psicoterapia, especialmente as abordagens cognitivo-comportamentais, tem se mostrado eficaz no tratamento de transtornos ansiosos. Além disso, práticas de autocuidado como meditação, sono de qualidade, alimentação equilibrada e atividades físicas ajudam muito no controle dos sintomas.
Mas o primeiro passo é o mais importante: reconhecer que algo não vai bem. E ter coragem para buscar ajuda.
Cuidar da ansiedade é um ato de amor consigo mesmo. É resgatar o direito de viver o presente com mais leveza, presença e autenticidade.
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